O
MÊS DE CÂNCER
Nesse
período o Sol ilumina as qualidades de proteção, sensibilidade,
aguçadas percepções, necessidade de aconchego, atenção e
carinho, necessidade de intimidade, segurança, de maior contato com
a família e aproximação das pessoas, privacidade, lembranças do
passado, romantismo, imaginação, vontade de fugir dos problemas e
pressões da vida, de permanecer mais tempo dentro da concha, uma
concha muito quentinha, cheirosa junto das pessoas queridas e fazendo
gostosas refeições.
Após
o mês de Gêmeos, quando nos soltamos mais, conversamos, rimos e
passamos pelo cotidiano ouvindo e falando muito para coletar o máximo
de informações, o mês de Câncer chega com uma vontade de
descansar um pouquinho, ruminar essas informações sozinho ou com
aquela pessoa especial, refazer as energias internas para enfrentar
Leão, que vem depois, e iniciaremos a construção da consciência
individual.
A
consciência, em Câncer, é voltada para o coletivo mais do que para
o individual.
Pode
parecer contraditório dizer isso para um signo que pensa
prioritariamente em assegurar sua própria sobrevivência e a das
pessoas íntimas, mas para que consiga realizar isso, terá que
seguir as regras sociais e coletivas (os marginais, os rebeldes, os
dissidentes, são aqueles que pagam o preço alto da falta de apoio
da sociedade na luta pela sua sobrevivência).
Depois
de tanta energia e informações distribuídas temos que ter algum
local onde guardar tudo, e isso é uma tarefa do signo de Câncer:
armazenar informações, percepções, acontecimentos, para assimilar
tudo calmamente.
Enquanto
Gêmeos seguirá em busca de novidades, Câncer vai dar uma paradinha
para digerir tudo, selecionar o que lhe é útil e o que considera
prejudicial e construir um local sagrado, íntimo, onde sempre que
estiver desgastado irá se reabastecer.
Por
isso, o pensamento semente para o mês de Câncer é “EU CONSTRUO
UMA CASA ILUMINADA E LÁ HABITO”.
Em
sua oitava inferior, esse pensamento é “Que o isolamento seja a
regra, embora exista a multidão”.
Câncer
pertence ao Eixo da Individualidade (a Quarta e a Décima Casa
Astral): a oposição entre o Coletivo e o Individual.
O
Coletivo é Câncer e o Individual é Capricórnio.
Câncer
tem necessidade de segurança e proteção e para se sentir assim,
precisa ser aceito pelo coletivo.
Por
isso não gosta de inovar, prefere aprender e seguir as regras da
sociedade, da família e da tradição, enquanto Capricórnio sai da
sua casa em busca de condições melhores para a sobrevivência.
Câncer
também se preocupa com a sobrevivência, mas sua ambição é ter o
necessário para si e sua família, enquanto Capricórnio vai além
(embora não se solte da família também) e ambiciona ter o
necessário para si, para sua família e para as futuras gerações
de sua família, de preferência um império que sobreviverá a
várias gerações.
Quando
em desequilíbrio, tanto Câncer quanto Capricórnio acumulam demais,
buscam mais do que precisam, porque nunca se sentem seguros o
suficiente para parar de acumular.
Os
materiais para a construção da Casa Iluminada foram fornecidos
pelos signos anteriores: Vontade, Amor e Inteligência, e a união
dessas 3 energias em Sabedoria e Boa Vontade.
Nossa
casa pessoal é construída com nossas ações, emoções,
pensamentos, visões, palavras e lutas.
Nossa
casa deve ser iluminada, e não uma masmorra escura.
No
mês de Câncer, com a sensibilidade aumentada, ficamos mais
vulneráveis e também receptivos às energias de todos os 12 signos.
O
símbolo de Câncer são duas concavidades que formam um círculo
aberto, e através do qual tudo pode fluir.
A
concavidade superior se move para a esquerda (retrocesso, vai ao
ponto de partida, à fonte da vida, ao começo da existência).
A
concavidade superior se move para a direita (ir ao mundo, realizar-se
e conquistar uma posição segura).
O
avançar e o retrair se movem num ritmo constante como as fases de
impulso e repouso.
Todos
os signos Cardinais (que iniciam as ações) são uma espécie de
“porta”.
Áries
é a porta para a primeira manifestação do ser, a vontade.
Câncer
é a porta da natureza material.
Libra
é a porta da natureza social.
E
Capricórnio é a porta da natureza espiritual.
Câncer,
a porta da natureza material, corresponde a mãe das formas, ao
instinto, à dependência do coletivo, o rebanho.
E
Capricórnio, a porta do espírito, corresponde ao pai, à
sobrevivência independente, àquele que se sobressai do rebanho, a
porta para a iniciação (esotérico, espiritual) ou a individuação
(psicológico).
Tanto
no mês de Câncer como no de Capricórnio há uma dose de tensão
entre espírito e matéria, o coletivo e o individual (correspondem
ao pai e à mãe), que deve ser equilibrada.
E
o melhor momento para trabalhar isso é durante o período em que o
Sol ilumina essas energias.
No
signo de Câncer pertencemos ao coletivo, a um grupo ou à nossa
família.
Através
da vibração idêntica, recebemos e doamos forças e sentimos a
segurança de pertencer à mesma unidade.
É
uma força coletiva (diferente da consciência coletiva, que pertence
a Aquário, pois Aquário já está individualizado).
Câncer
é o “caminho à nossa Fonte”, onde o movimento é descendente,
pois busca as raízes do nosso ser, onde estão as origens, as
causas, as respostas para muitos por quês.
Somente
chegaremos aí nos libertando da influência coletiva.
Durante
o mês de Câncer encontramos nossas raízes, nossa Fonte, nossa
origem, nossa luz individual.
Só
encontraremos essas energias no local mais profundo do Zodíaco:
Câncer, as raízes da árvore.
Aqui
a luz se manifesta na escuridão.
Nesse
signo, a vontade individual se torna consciente de si mesma, mas só
vai se manifestar exteriormente em Leão.
Em
Câncer só se manifesta para si mesmo, é uma autodescoberta.
O
signo de Câncer é o local de nascimento do indivíduo (anterior à
Áries. Áries é o primeiro a se manifestar, é o próprio ato de
nascer). Não o nascimento físico, mas a origem da existência
anterior ao nascimento, a existência dentro do útero.
A
casa que precisamos construir ou aprimorar nesse período simboliza
uma estrutura firme de proteção contra as tempestades que
enfrentaremos mais tarde, principalmente nos signos coletivos, de
Escorpião a Peixes.
Antes
de começar precisamos superar o passado (tendência dos
cancerianos), sair do poço de recordações, livrar-se de mágoas,
perdoar para conseguir seguir em frente, não olhar muito para trás.
Dessa
maneira experimentaremos segurança e proteção a partir de nós
mesmos, que é a verdadeira segurança: deixar de depender do
ambiente ou do comportamento das outras pessoas para nos sentir
seguros, enfim, enraizar em nosso próprio ser, e não no solo
alheio.
Em
Câncer vamos em busca da Mãe, e descobrimos que podemos ser nossa
própria mãe, cuidar de nós mesmos.
O
signo de Câncer pergunta: “o que realmente sou, e o que me tornei
através do meio ambiente, da educação e da origem?”
Em
nossas próprias profundezas encontramos as fontes inesgotáveis de
forças espirituais que nos guiam e nos orientam na vida e que
podemos usar para servir e ajudar a nossos semelhantes.
Usando
a carapaça do caranguejo diz o mestre tibetano: devemos aparentar
indiferença, que paralisa a maior das forças, pois na verdade
ficamos esgotados não tanto pelos inimigos, mas pela indiferença
dos amigos.
Quer
dizer: se os amigos não estão disponíveis por algum motivo
qualquer (afinal, eles não foram feitos apenas para nos servir),
como ficaremos?
Contra
os inimigos sabemos muito bem como nos defender.
Mas
e quando os amigos não estão?
Não
é muito melhor sermos nós mesmos o nosso próprio melhor amigo,
nossa própria mãe?
Na
viagem pelo Zodíaco, vamos construindo a nossa casa.
O
signo de Câncer nos capacita a responder a todas as energias dos 12
signos (interna e externamente).
Está
relacionado com a personalidade e com a alma (instinto de
conservação, construção de formas pensamento).
No
mês de Câncer a energia emocional está muito ativa, é um período
parecido com o estágio da concepção, que aguarda, enquanto vai se
formando.
Nossa
Fonte está oculta dentro de nós mesmos.
Em
Áries é formada uma ideia, com a qual se inicia o processo de
manifestação.
Em
Touro a ideia alcança o corpo emocional (o desejo), ganha substância
com a força desse desejo e fica envolvida em uma forma astral.
Em
Gêmeos a ideia chega à dimensão da vida humana, com suas múltiplas
formas e conhecimentos.
Em
Câncer a ideia recebe uma forma física.
É
uma porta para a sua manifestação.
Por
isso, o signo de Câncer se preocupa com a forma, o recipiente para
essa ideia, o corpo físico, os corpos emocional e mental e a
integração da personalidade nesses corpos.
Sendo
a porta para a nossa Fonte, podemos dizer que o signo de Câncer é a
porta para o Inconsciente Coletivo (o lado oculto, para nós escuro,
onde estão todas as informações), de onde viemos e para onde
voltaremos, através do qual estamos ligados a tudo o que vive.
Uma
casa iluminada é um corpo saudável (físico), sentimentos amorosos
(emocional) e pensamentos bem dirigidos (mental).
O
poder secreto do desenvolvimento está contido no grão, na origem,
no potencial.
Câncer
é um signo contraditório pois quer continuar sendo criança e junto
da mãe, mas quer também ser livre e independente, e se transformar
em uma mãe para alguém.
Enquanto
não se decide fica inseguro, vulnerável, obedece a todos mas não a
si mesmo e se sentirá muito incompreendido, porque ele mesmo não
está se compreendendo.
Por
isso deve integrar a sua personalidade e a sua vontade.
No
mês de Câncer temos a oportunidade de limpar a parte desagradável
do nosso passado, com a finalidade de nos dirigir para novas
oportunidades, com confiança e alegria, porque a verdadeira essência
do ser é livre.
E
quando alcançamos esse estágio, deixamos de ser filho para ser mãe
e passamos a dar segurança e proteção àqueles que, como nós
estávamos antes, estão ainda procurando sua Fonte.
Podemos
ver no Quarto Trabalho de Hércules (A Captura da Corça), como lidar
com essa insegurança e emergir da consciência coletiva para a nossa
própria consciência.
Por
isso também o pensamento semente em sua oitava inferior á “que o
isolamento seja a regra, embora exista a multidão”.
Nesse
caos, não estamos construindo nossa casa iluminada, não estamos
indo à nossa Fonte, estaremos sendo egoístas, pensando unicamente
em nós mesmos, cultivando a tendência a acumular tudo no fundo de
um baú que vamos abrir só de vez em quando.
Nesse
baú ficam nossas mágoas, lembranças tristes, carências,
inseguranças, medos, e ele funciona como a carapaça do caranguejo:
nos isola dos outros, embora possamos ter pessoas muito legais por
perto.
Dessa
forma não crescemos, não nos auto descobrimos e também nunca
ficamos independentes, estaremos sempre reagindo ao meio ambiente
automaticamente conforme se modificam as fases da Lua.
Quando
fazemos o movimento de descida para o local mais fundo, para a
meia-noite do Zodíaco, encontramos em nossa Fonte as causas, os
motivos para o nosso bem-estar, nossa felicidade, mas também de
nossas dificuldades e preocupações.
Com
o auto conhecimento temos a oportunidade de fazer as correções
necessárias para que nosso caráter, nossas formas física e
psíquica se alinhem manifestem a nossa própria essência, ao invés
de apenas reproduzir o coletivo.
É
o momento de descobrir nossos potenciais também.
Confrontarmos
conosco mesmos exige coragem porque em nossa origem encontramos
tesouros e problemas.
Mas
não dá para manifestar nossa essência puramente e de maneira
inocente como fazem as crianças, porque o mundo não é um paraíso
e dessa maneira não sobreviveremos.
Por
isso a importância de construir-se uma casa, um local sagrado,
seguro e iluminado, enraizado profundamente em nós mesmos.
Assim
poderemos viver manifestando nossa essência com firmeza e atender às
exigências da vida, mas de maneira independente, da nossa
maneira
(isso será feito em Leão).
Todo
o ser humano necessita dessa proteção.
Sugestões
para desenvolver mais o signo de Câncer em nossa mandala
astrológica:
-
O amor ao passado é uma maneira de evitar o presente, porque o
passado nunca passa, está sempre se repetindo enquanto ficamos
pensando nele. Faça uma faxina no passado para não ficar preso
nele. Coloque uma música que lhe traga muitas recordações. Fique
atento a quais lembranças lhe vem a mente, quais os sentimentos que
a acompanham e faça uma ligação específica entre essa lembrança
específica e sua vida atual. Procure a razão, a causa, os motivos
para seus sentimentos e perceba se você está repetindo os mesmos
sentimentos atualmente. Sempre que se sentir nostálgico, melancólico
ou saudosista em excesso, pergunte a si mesmo: o que eu estou
tentando evitar de vivenciar nesse momento?
-
Quando me sinto verdadeiramente em família? A família é muito
importante, é a nossa base segura. Procure estreitar os laços com
sua família, passar mais momentos com eles, ou com quem quer que
você sinta como família. Procure parentes que lhe são queridos e
que não vê há bastante tempo, e faça contato com eles.
-
Libere a raiva. Vá para um local solitário e dê socos no
travesseiro ou em alguma almofada, faça caretas no espelho, grite,
rosne, fale alto todos os palavrões que tiver vontade. Se sentir
vontade de chorar depois disso, melhor ainda, chore a vontade, até
literalmente “lavar” a alma. Perceba se você, depois disso, está
se sentindo mais livre para expressar sua criança interior.
-
Trabalhe tanto a energia feminina como a masculina. Em casa, faça
novas receitas e ponha uma mesa linda e caprichada para uma refeição
sozinho ou acompanhado. Faça também pequenos consertos usando
martelo e pregos, ou ferramentas, ou em torneiras, portas, armários,
enfim, deve ter alguma coisa para consertar em casa. Se não souber
cozinhar nem consertar nada, aprenda.
-
Verifique se você realmente sabe cuidar de si mesmo: faça questão
de lavar suas próprias roupas e limpar sua própria sujeira.
-
Escreva sua autobiografia. Viaje no tempo e observe a si mesmo quando
criança, adolescente.. e tente compreender seus sonhos e medos,
descubra o quanto você aprendeu até hoje, e agradeça por ter sido
como foi.
Meditação
para o signo de Câncer:
Sente-se
tranquilamente com a coluna ereta até que sua respiração esteja no
seu próprio ritmo. Sinta que está sentado e apoiado na cadeira, que
está apoiada pelo chão, que está apoiado pelo planeta inteiro.
Imagine
as águas calmas de um lago, onde se reflete a imagem do Sol ou da
Lua.
Deixe
seus pensamentos passarem e apenas os observe, não xingue nem julgue
nenhum deles, apenas observe-os passando enquanto você permanece.
Lembre-se
de você mesmo quando era uma criancinha em alguma situação
desagradável, e na sua imaginação pegue-se no colo, abrace, fale
palavras carinhosas e ofereça proteção; diga a essa criança que a
ama e que nunca vai abandoná-la, que é uma criança linda e
inteligente, que ela pode confiar em você e chamá-lo quando estiver
com medo.
Caso
a sua criança interior esteja tão magoada ou raivosa que não
queira nem conversar com você, você terá que conquistá-la aos
poucos, e ela necessita de atenção e amor incondicional. Talvez
você tenha que ter paciência enquanto ela reclama de você e então
você deve primeiro deixar que ela expresse sua raiva ou mágoa, e
depois ir se aproximando até que ela consiga confiar em você.
Antes
de passar para o próximo passo prometa a sua criança interior que
voltará a conversar com ela e pergunte se ela quer também algum
presente, por exemplo, se ela quer passear no parque ou se acha que
você está trabalhando demais e quer que você descanse e relaxe um
pouco, ou se você está sendo muito crítico consigo mesmo e
xingando essa criança a todo o momento, diga-lhe que ela terá
limites também, não poderá se manifestar a qualquer momento, e
faça um acordo com relação aos momentos em que ela irá se
expressar mais.
Se
fizer alguma promessa, você terá que cumprir.
Agora
diga a sua criança interior que vai voltar mais tarde e continue sua
jornada, você ainda vai mais longe, concentrando sua energia no
estômago, vá descendo tranquilamente, mergulhando, como se
estivesse mergulhando num poço até alcançar a Fonte do seu próprio
ser, como se estivesse retornando ao útero.
Repouse
ali, sinta-se apoiado, seguro e protegido, sentindo a pulsação da
vida, sentindo-se unido com a origem de todas as formas de vida.
Deixe
a paz tomar conta de você, e não tente explicar nada, apenas sinta.
Depois
vá se erguendo lentamente, crescendo, mas sempre preservando sua
ligação com essa Fonte e enquanto vai saindo aos poucos desse
estado, imagine uma luz dentro de você, que vai subindo e se
concentrando no ponto entre as sobrancelhas (o sexto chacra) e pense:
“ EU CONSTRUO UMA CASA ILUMINADA E LÁ HABITO “.
Namastê.
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