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- Os Pássaros Devastadores : Sagitário
Tarefa:
completar a unificação da personalidade, completar os trabalhos
anteriores.
Objetivo:
ficar consciente da alma, unificar matéria e espírito, perceber a
unidade e a meta única.
Chave:
ir direto à meta.
Depois
do Oitavo Trabalho em Escorpião, Hércules ainda continua nos
pântanos.
Agora
ele está de frente para outro pântano mas povoado por uma grande
quantidade de pássaros que causam destruição por todo o lugar que
passam.
Hércules
observa e acha a tarefa impossível mas o Instrutor insiste que uma
luz além da mente indicará um caminho seguro.
Os
pássaros gritam bem alto num coro dissonante, ameaçador e
agressivo, que é ouvido por toda a parte.
Seus
bicos são de ferro,e parecem uma espada.
Suas
penas são lâminas de aço e as garras parecem uma arma letal.
Percebendo
a presença de Hércules,3 dos pássaros se aproximam dele e tentam
atacá-lo. Hércules consegue se desvencilhar mas acaba sendo
atingido por um deles.
Nosso
herói fica espantado observando enquanto uma das penas do pássaro
que ele tinha alvejado caem e se fixam no chão provocando um barulho
ensurdecedor e aterrorizante.
Por
causa disso os outros pássaros se afastam por um momento,mas
Hércules sabe que voltarão logo.
Parado
de frente para o pântano,ele pensa numa maneira de livrar aquele
lugar desses horríveis pássaros.
Tenta
usar suas flechas mas é inútil.
Os
pássaros são em tão grande número que quando voam juntos chegam a
encobrir o Sol e escurecer o dia.
Hércules
recorre à sua habilidade em fazer armadilhas e coloca algumas dentro
do pântano da mesma maneira que fez no Trabalho da Captura do Javali
(Libra).
Mas
quando entra no pântano para colocá-las seus pés afundam e ele
constata que uma boa solução usada no passado nem sempre é útil
no momento presente.
Hércules
pára e pensa.
Lembra
das palavras do Instrutor “além da mente há uma luz que vai lhe
indicar o caminho”. Assim consegue ficar quieto e consegue
voltar-se para além da mente, além dos pensamentos, para dentro de
sua própria consciência, e olhar para si, ver a si mesmo.
Tem
então uma idéia nova: pega 2 sinos de bronze que emitem um som mais
estridente do que o dos pássaros, um som sobrenatural que não
encontramos nesse mundo.
O
som é perturbador e áspero e consegue penetrar no plano astral nos
níveis sutis do planeta Terra e seus indivíduos.
Para
Hércules que a essa parte do caminho já está bem desenvolvido e
consegue perceber vibrações mais elevadas, aquele som é
perturbador e intolerável.
Por
isso, ele cobre os ouvidos com tampões e põe os sinos a tocar bem
alto.
É
o momento do pôr do Sol e o pântano está denso e escuro pela
presença maciça dos pássaros. Hércules aproveita esse momento e
faz soar os sinos bem forte e várias vezes.
Aquilo
nunca tinha sido ouvido naquele lugar e os pássaros ficam
perturbados e desesperados, aquela vibração os deixa muito confusos
e eles fogem, tentam escapar com toda a pressa possível daquela
vibração horrorosa para nunca mais voltarem.
Mesmo
quando eles já estão distantes Hércules continua tocando a todo o
vapor.
E
depois o silêncio invade o pântano.
Os
pássaros horrorosos desapareceram.
O
Instrutor fala: “Você conseguiu expulsar os pássaros. O Trabalho
está concluído.”
Voltando
ao início em Áries, no Primeiro Trabalho, vemos que Hércules,ao
assumir o Trabalho com as Éguas Devoradoras agiu apenas com a sua
personalidade e muita coisa ficou mal feita, embora tenha conseguido
concluir.
Agora,
com os pássaros Hércules confronta-se novamente com o problema da
mente.
A
diferença é que agora já com o controle sobre seus pensamentos,
consegue captar uma idéia que vem do fundo de seu próprio ser.
Por
isso o Trabalho acaba sendo melhor executado.
Nesta
etapa,o som tem um papel importantíssimo.
Esse
trabalho está associado ao elemento Ar (os pássaros e o som).
Som
e Ar (onde os pássaros voam) simbolizam a mente do homem e os
pássaros daqui representam todo o conjunto de pensamentos e palavras
negativas criados no passado que se acumulam no pântano
(subconsciente).
Os
três pássaros que se destacaram representam:
o
primeiro, a tagarelice, que é inconsciente,
o
segundo, as informações reveladas aos que não estão prontos para
ouvi-las, e
o
terceiro, o falar continuamente de si próprio de maneira egoísta
com a finalidade de enaltecer-se ou se valorizar as custas do
rebaixamento dos outros.
No
Nono Trabalho de Hércules se destaca a importância do som e das
palavras.
Muitas
vezes nem nos damos conta do grande poder que tem o som e de todas as
possibilidades contidas nas palavras pronunciadas.
A
palavra humana pode ajudar a evoluir ou a destruir.
Não
é sem motivo que no jogo de Tarô o elemento Ar está associado ao
Naipe de Espadas: as palavras podem ser afiadas, cortantes e usadas
como instrumento de guerra.
A
fala superficial é um ruído devastador que tem como base os níveis
mais baixos do inconsciente.
Esse
som se espalha no ar produzindo o caos, semelhante aos pássaros
destruidores que tinham o pântano (inconsciente) como base e
causavam destruição.
Além
do controle na escolha das palavras se espera nesse Trabalho que o
herói aprenda a pronuncia-las num tom natural.
O
sino representa o uso adequado do som, que nada tem a ver com
passividade mas simboliza a ação correta e de caráter construtivo.
Quem
afugenta os pássaros é “inofensivo” pois está construindo
aquilo que eles não estavam permitindo.
A
mensagem aqui é a necessidade de transformar e elevar o nível de
nossa fala para que no futuro consigamos escutar também aquilo que
se passa no interior de nós mesmos.
O
tempo, o espaço, o som e as vibrações tornam-se perceptíveis sob
diferentes formas e em outros ritmos na medida em que nos
interiorizamos e conscientizamos da vida que há em nosso interior.
Isso
começa com um pouco de autocontrole passando a refletir antes de
falar pois só assim teremos tempo disponível para pensar.
Depois
continua com a reflexão, quando selecionamos melhor as palavras,
evitando a compulsão na conversa e passando a emitir sons e palavras
mais construtivos e inteligentes. I
sso
faz com que nos demos conta antes de emitir algum som ou palavra
destrutivos e modifiquemos antes de mandá-los para fora - antes de
exteriorizar ou manifestar.
Caso
tenhamos emitido algo desagradável ou destrutivo a reflexão tem o
poder de recuperar isso também com a produção de um som ou palavra
de qualidade oposta, restaurando assim o equilíbrio das energias.
Esse
equilíbrio e desequilíbrio não acontecem apenas no mundo externo,
no ambiente em que esses sons foram lançados, mas começam a se
manifestar inicialmente no nosso interior de onde eles vieram.
Esse
controle não deve ser repressivo.
Como
diz o metre tibetano: “o principal elemento no controle da fala é
um coração amoroso”.
Com
a seleção da palavra nossas metas e objetivos ficam mais claros.
Deixamos
de desperdiçar energia com futilidades e liberamos mais espaço
dentro de nós mesmos para aquilo que realmente é importante para
nós, que nos leva para a frente.
Dessa
maneira é possível manifestar a energia de Sagitário: unificar a
personalidade e a alma, expandir a consciência e estabelecer metas
claras em nossa vida.
Namastê.
Um comentário:
Obrigada por compartilhar esse rico conteúdo. Foi como luz!
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