Feliz
Dia da Mulher, para todos!
Salve,
Hipátia !
"Todas
as religiões dogmáticas formais são falaciosas, e nunca devem ser
aceitas, em definitivo, por pessoas com auto estima."
(Hipátia, de Alexandria)
Hoje,
temos o Dia Internacional da Mulher, que poderia ser uma festa, mas
foi criado para lembrar das lutas femininas, e elas ainda estão
muito longe de terem alcançado seus objetivos.
Sem
dúvida conquistamos direitos (na verdade não conquistamos, apenas
recuperamos alguns dos direitos que nos foram tirados, pois a Mãe
Natureza deu liberdade aos machos e fêmeas para serem o que são).
Procurei
saber o motivo da escolha do dia 08 de março e, oficialmente, nada
encontrei.
Encontrei
o seguinte:
Aconteceu
em 1911 (não no dia 08 de março, mas no dia 25) um grande incêndio
em uma fábrica têxtil, em Nova York, quando 120 a 130 operárias
mulheres que trabalhavam na confecção de vestuários, morreram,
presas ali.
Até
hoje não foi provado que o incêndio foi criminoso (oficialmente)
mas.. provavelmente acho que foi.
Elas
protestavam contra jornada abusiva de trabalho (16 horas por dia) e
condições insalubres.
Não
somente elas estavam fazendo greves e protestos, isso acontecia em
vários lugares.
Foi
algo horrível, mas não foi esse o motivo isolado da criação do
Dia da Mulher.
Esse
fato foi levado para a criação do Dia do Trabalho, junto com
outros, também horríveis.
A
luta das mulheres de várias partes do mundo por direitos e liberdade
é algo que vem acontecendo há muitos anos, é antiga.
Em
1908, nos Estados Unidos, foi comemorado o primeiro Dia Internacional
da Mulher, em um movimento pela igualdade econômica e política, que
estava em crescimento, promovida pelo Partido Socialista da América.
Em
1910, na Dinamarca, em uma Conferência Internacional de Mulheres
Socialistas com 17 países, ficou decidido criar uma data mundial,
para reforçar a luta feminina por respeito e igualdade de direitos
(porque deveres, sempre tivemos, mas direitos, nem sempre).
Em
1917, no dia 08 de março, aconteceu um enorme protesto de mulheres,
chamado "Pão e Paz", na Rússia, contra o Czar Nicolau II,
mas essa data só foi oficializada em 1921.
Portanto,
o primeiro Dia Internacional da Mulher, oficial, foi a partir de 08
de março de 1917 (lembrando a data do protesto "Pão e Paz",
na Rússia).
Mas..
somente a partir de 1977 a ONU reconheceu esse dia como
internacional, representando a luta das mulheres, particularmente
vinda do movimento feminista.
Bem,
qual não foi a minha surpresa, ao constatar que, COINCIDENTEMENTE, a
morte cruel de Hipátia também aconteceu nesse dia, 08 de março, no
ano de 415 d.C.
Essa
mulher, Hipátia, e sua linda, porém triste história representa com
toda a propriedade a situação e a luta das mulheres, pelo direito
de apenas serem o que são e o que querem ser, seja isso donas de
casa, empresárias, trabalhadoras braçais, cientistas, médicas,
secretárias, astrólogas, astronautas, com filhos ou sem filhos,
bruxas, cristãs, ateias, héteros, lésbicas, virgens, etc, da
mesma maneira que os homens, não importando também a sua raça ou
condição social.
E
aqui entra a minha opinião: falei da mesma maneira, nem mais, nem
menos.
Até
algum tempo atrás eu me considerava feminista, embora nunca tenha
participado de movimento social nenhum. Mas como todos os movimentos
têm seus radicalismos, prefiro não usar essa palavra, pois não sou
contra os homens, sou contra o machismo.
Alguns
homens e mulheres machistas não percebem, mas a cultura machista
lhes prejudica muito, também.
Os
homens e as mulheres não são iguais,
mas iguais devem ser os seus direitos como pessoas, livres,
e que têm muito a contribuir em seja qual for a sociedade que vivam.
Eu
amo ter sido mãe de 2 filhos, e não me arrependo de nenhuma decisão
tomada para criá-los da melhor maneira que pude. Sou daquelas
mulheres que ama a maternidade. Também amo os animais, amo
trabalhar, e amo estudar.
Mas
outras mulheres podem fazer escolhas diferentes das minhas, e todas
nós devemos ter o direito de lutar pelo que acreditamos.
Não
só nós, mas nossos homens e filhos também se beneficiam com essa
liberdade.
O
mundo precisa dessa liberdade.
O
mundo necessita da energia feminina e da energia masculina, seja ela
manifestada em héteros, gays, ou celibatários.
Essa
é a minha opinião pessoal.
Para
quem ainda não assistiu, a vida de Hipátia foi retratada no filme
Alexandria (também com o título de Àgora).
Ela
levou a sério o direito que tinha de ser uma pessoa livre,
independente de seu sexo, religião ou condição social, e pagou por
isso com a própria vida.
Estava
começando, irrevogavelmente, uma era de enorme injustiça e
opressão, principalmente contra a mulher, mas também contra alguns
homens que não se encaixariam nos novos padrões exigidos ali.
Hipátia
não era pobre, era de alta classe da época, culta e amante do
conhecimento, ensinava várias coisas a alunos ricos e pobres, pois
seu sonho era divulgar tudo o que sabia para o maior número possível
de pessoas.
Ela
abriu mão de casar e ter filhos, pois dizia que já era casada, com
a Verdade.
Escreveu
livros e suas áreas principais eram a Matemática, Astronomia,
Física, Lógica, e também ensinava Medicina e Filosofia, além de
ter estudado Direito.
Por
isso, escolho Hipátia para me representar nesse Dia Internacional da
Mulher.
Ela
não escolheu, mas infelizmente foi mártir pela defesa da liberdade
(de homens e mulheres, e não somente de si própria).
Tenho
certeza que a Mãe foi ferida, e o Pai, também, e devem tê-la
recebido com honras, como ela merecia, em outro plano.
Cada
vez que você machuca algum ser, essa ferida volta para você, seja
esse ser uma mulher, um homem, um animal..
E
cada vez que uma mulher é ferida ou agredida, perseguida ou abusada,
está sendo machucada a energia que doa a vida, não apenas através
da maternidade, mas pelo instinto, que vem com nós todas.
O
homem fertiliza, e a mulher doa.
Não
deve haver escravos no mundo, nem homens, nem mulheres, nem animais,
nenhum ser deve ser escravizado ou explorado.
Estamos
num planeta que todos usam e são usados; fazemos parte da cadeia
alimentar e somos devorados também, mas usar não significa
explorar, ou escravizar, e só os humanos, nenhum outro animal ou
planta faz isso.
Se
você observar mais a Natureza, verá que todos usam e devolvem, há
uma troca constante de energias, plantas, animais, nós.. mas só a
humanidade pega mais do que necessita, só a humanidade estoca bens,
só a humanidade destrói o planeta que lhe acolhe, só a humanidade
cospe no prato que come.
Triste
sim, mas para lembrar o quão generosa pode ser uma mulher,
constantemente despejando seus conhecimentos, e quão firmes podem
ser seus valores internos, ao ponto de passar o que ela (Hipátia)
passou, apenas por ter tentado ser o que ela era.
Que
isso nunca mais se repita.
Que
tenhamos uma sociedade livre, justa, e boa de se viver, para homens e
mulheres.
Para que isso aconteça, o mundo precisa urgentemente tratar as mulheres com respeito.
fontes:
Namastê.
Um comentário:
Que belo texto! Obrigado por tê-lo compartilhado conosco.
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