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- A Captura do Javali : Libra
Tarefa:
encontrar o equilíbrio entre forças opostas ao lidar com elas.
Objetivo:
lidar com equilíbrio com as forças opostas, capacidade de
compreender o que é contraditório.
Chave
para o trabalho: não usar a força bruta.
Pudemos
notar que até o momento e desde o início o desenvolvimento de
Hércules tem sido assistido de maneira silenciosa pelo Grande Ser
que Preside e esse Ser pens, no momento que o que seria necessário
para Hércules agora são equilíbrio e discernimento.
Por
isso sua nova tarefa é capturar o javali que estava devastando
muitas terras.
Antes
de partir Hércules é aconselhado pelo seu Instrutor interno a se
alimentar bem pois essa prova vai lhe exigir equilíbrio e isso
inclui o plano físico.
Quanto
ao discernimento essa prova também vai se revelar um teste de
amizade e de coragem.
Na
hora da partida Hércules recebe um arco de presente mas, como ele
não deseja matar abandona a arma e parte de mãos vazias.
Sobe
a montanha em busca do javali.
Por
todos os lugares que vai passando Hércules percebe o grande temor
que o povo tem desse animal.
Procurando
não se deixar envolver emocionalmente por isso nosso herói vai
seguindo seu caminho até que encontra um Centauro e pára um pouco
para conversar.
Hércules
fica empolgado e fascinado com a conversa e nesse momento esquece seu
objetivo.
Nosso
herói e o Centauro eram grandes amigos há tempos e o Centauro
convida Hércules a beber um pouco de vinho com ele - o vinho que era
destinado às comemorações dos Centauros.
Os
dois não se importam muito com isso, empolgados que estão pelo
encontro, e abrem um barril ao mesmo tempo em que convidam um segundo
Centauro que passava por ali para beber junto. Aquele encontro se
transforma numa pequena festa.
E
os três fazem tanto barulho que são ouvidos à grande distância
pelos outros Centauros.
Os
outros chegam furiosos porque os três estavam bebendo o vinho das
comemorações.
E
daí começa uma confusão generalizada, vira uma grande briga e
Hércules, que não queria matar ninguém, mata por descuido os dois
Centauros que estavam bebendo com ele.
Quando
Hércules retorna para sua busca ao javali deixa atrás de si um
rastro de tristeza e impacto negativo entre os Centauros, pela morte
daqueles dois.
E
essa cena faz lembrar o que aconteceu no Sexto Trabalho (Virgem) : a
tribo de mulheres guerreiras arrasadas pela morte de sua Rainha.
Durante
a noite, faz muito frio e o javali continua escondido.
Hércules
começa a conversar interiormente consigo mesmo à procura de alguma
forma de encontrar esse javali, e tem a idéia de lhe preparar uma
armadilha.
Depois de preparada a armadilha Hércules permanece silencioso, escondido e atento.
Depois de preparada a armadilha Hércules permanece silencioso, escondido e atento.
Passam
muitas horas até que o javali chega muito faminto e cai na
armadilha.
Em
vez de mata-lo Hércules passa a conversar com ele, tentar
domestica-lo, e o javali, para surpresa de Hércules, se mostra
dócil.
Tão
dócil que após pouco tempo Hércules entra montado nele na cidade
segurando suas patas traseiras enquanto o povo olha espantado e
surpreso - o javali tranquilamente obedece o herói.
O
povo faz uma festa com muita música e Hércules é declarado herói
daquela cidade.
O
Instrutor lhe diz que a prova do equilíbrio estava realizada mas
continuava ainda uma lição pendente e o Grande Ser que Preside
ordena que o Centauro deve ser encontrado no futuro para que Hércules
compreenda melhor alguns fatos.
Porque
novamente ao matar quem devia ser amado Hércules estava atrasando
seu aprendizado.
Enquanto
isso, Hércules está alegre e festejando.
Constatamos
que controlar o desejo tem sido uma tarefa bem difícil (iniciada em
Touro e agora novamente com o javali em Libra - esses animais também
representam os desejos e instintos).
Os
desejos não podem ser controlados pela força física e nem pelo
pensamento.
Mesmo
no caso dos Centauros que são meio animais e meio homens, fazem
festa em hora inapropriada, com um vinho que não lhes pertence, e
isso não traz nada de bom para o grupo todo.
Já
com o javali, Hércules não usa a força física e encontra soluções
criativas, entra brincando com ele na cidade enquanto o povo ri, e o
riso é bom para descontrair as tensões.
Ao
conduzir o javali (animal) pelas suas patas traseiras Hércules
mostra que alcançou um nível mais alto de desenvolvimento emocional
e mental, não é mais possível voltar a ser totalmente animal, pois
o animal agora é comandado com doçura, paciência e tranquilidade.
O
ato de ter seguindo o javali até a montanha simboliza a elevação e
a transformação dos próprios desejos (o javali).
Ou:
uma nova maneira de lidar com seus próprios desejos.
Isso
não quer dizer reprimir ou eliminar os desejos (ele não matou o
javali, ele o domesticou, passou a comanda-lo, deixou de ser
comandado).
Nesse
sétimo Trabalho o herói elevou seus desejos e ao vencer essa prova
alcançou o equilíbrio.
Quando
sugeriu que se alimentasse bem, no início, o Instrutor não quis
dizer que ele se atirasse loucamente à comida (ou qualquer outro
instinto, inclusive o sexual), mas que se alimentasse com qualidade
para que seu corpo ficasse fortalecido e ao mesmo tempo ele tivesse
prazer com a alimentação - isso é equilíbrio.
Quando
foi falado que Hércules teria uma prova de amizade e coragem estavam
se referindo ao encontro com seu amigo Centauro e Hércules não
venceu aquela prova, primeiro porque desviou sua atenção do
objetivo, e segundo, porque seus instintos estavam no comando, não
domesticados.
Hércules
não matou seu instinto.
Continua
a ter fúria, raiva, medo, etc, etc mas agora começa a usar esses
instintos a seu favor, e não contra si.
Não
deixa ser comandado por eles, não os mata, e melhor que isso: faz
amizade com seus instintos, domestica, e depois se diverte muito com
isso.
Os
instintos passam a ser seus aliados.
Hércules
tinha a intenção de não matar mas quando os instintos estão
descontrolados (como quando encontrou os Centauros) fazem com que
façamos coisas que não queríamos fazer, ainda que acidentalmente.
Hércules
se embriagou (se iludiu) e como seu javali ainda não estava
domesticado, não conseguiu se garantir, isto é, garantir que fosse
feita a sua própria vontade (a de não matar).
Aqui
também foi eliminado o sentimento de culpa.
Sentir-se
culpado não tem mais razão de ser, no caminho da evolução.
O
passado já aconteceu.
Não
se pode mais ir até lá e não praticar uma ação, ela já foi
praticada.
Ainda
se pode reconhecer claramente esta ação, sentir e assumir suas
consequências e se ela for negativa, não praticá-la mais.
Essa
é uma energia de força de decisão, não de culpa.
Até
aqui percorreu já meio caminho.
A
outra metade vem após a decisão de não mais repetir, e passar a
praticar o oposto.
Assim,
a energia se reequilibra.
Não
há culpa, há apenas um erro, uma experiência, que se bem
aproveitados, geram um comportamento mais maduro.
E
é por isso que todos riem muito no fim. Não há culpa, mas também
não é por irresponsabilidade.
Eles
sabem internamente que com os instintos obedecendo e não comandando,
continuam sentindo prazer, mas com a diferença que agora estão
internamente livres para tomar decisões.
Os
instintos, a culpa, tudo isso foi usado em seu próprio benefício.
Namastê.
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